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sábado, 2 de setembro de 2017

Amo-te quando a respiração para por não saber mais para quê respirar
O diagnóstico estelar de purificação, os adereços dos olhos
A latejarem por caminhos dos estertores
Vivo servo por mil anos, nos labirintos que desenhastes para mim,
O Deus mirando o pequenino cervo, as vibrações do tremor do arco do amor disparado,
O arpejo da valsa em passos invisíveis, o regressado de viagem
Ante a porta fechada,
O adendo pedindo: “Só volte quando me decifrar”
A solta ideia de deslizar a mão sobre o vidro molhado, os olhos do outro lado, entre o indicador e o polegar, a regular os pedidos das almas de se tocarem
A língua seca a saliva condensa na sobreposição dos olhares,
A cadência que regula o Universo ressoa no meu peito sem espaços
Retrai-me e contorce-me ao sabor dos astros
O beijo frio que saboreio como se fosse o mais ilusório manjar
O justo e o transitório a duelarem pelo desejo de superar a morte,
A sina inglória de quem perdeu todas as suas vidas, a te buscar



Charles Burck

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